Adágio Era uma terça-feira como qualquer outra terça-feira, desde que o mundo é mundo. Nada havia que anunciasse a sua chegada. Veio o sol, escondido por algumas nuvens cinzentas, pesadas, o que deixava a manhã fria e prateada. Ele veio caminhando pela larga rua de paralelepípedos, onde desembocava uma infinidade de pequenas e estreitas ruelas, como afluentes em um rio. Ainda era cedo demais, pouco movimento havia por ali: um padeiro organizava, na vitrine, a primeira fornada do dia; uma senhora puxava um carrinho de feira vazio, rumo ao seu debate sobre o preço das verduras; um cachorro espreguiçava e abria a boca em um bocejo contagiante.
( aperte o alt ) "Adágio" • Edição Nº48
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Adágio Era uma terça-feira como qualquer outra terça-feira, desde que o mundo é mundo. Nada havia que anunciasse a sua chegada. Veio o sol, escondido por algumas nuvens cinzentas, pesadas, o que deixava a manhã fria e prateada. Ele veio caminhando pela larga rua de paralelepípedos, onde desembocava uma infinidade de pequenas e estreitas ruelas, como afluentes em um rio. Ainda era cedo demais, pouco movimento havia por ali: um padeiro organizava, na vitrine, a primeira fornada do dia; uma senhora puxava um carrinho de feira vazio, rumo ao seu debate sobre o preço das verduras; um cachorro espreguiçava e abria a boca em um bocejo contagiante.