Foi de caso pensado, sim.
Tanto faz.
À essas alturas, nem quero mais nada.
Até tentei conversar com algumas pessoas, aquelas que eu achava que eram mais próximas e tal, tentei mostrar que estava sendo sincero (era estranho precisar fazer isso), mas não deu em nada. Todo mundo continuou achando que eu queria só chamar atenção, ou que queria elogios, ou sei lá.
Tanto faz.
Cansado, sabe?
"I'll speak no more of my feelings beneath", é o que o Layne Staley tá lá cantando pra mim até ficar rouco, na caixa de som. Pelo menos ele parece entender que nunca dá certo quando a gente tenta dizer o que realmente sente. Reclamam que me fecho, reclamam quando falo, então me deixa quieto, cara. Vai mudar o que pra você?
Então pronto, importa que eu sei o que sei e é isso, já deu. Tanto faz.
Caiu a ficha e eu finalmente meio que percebi que tem umas coisas que não são pra mim, saca? Nem tudo acontece pra todo mundo, é mais ou menos isso o que quero dizer. Sei lá, também. Mas me liguei que vale mais tentar entender, então, o que é meu, e pronto: viver tudo ao máximo. Não que seja fácil, claro. Ninguém disse que seria, em especial pra alguém que não conseguiu nem sair da casa dos pais, ainda. Patético, eu sei, mas é só outra das mil coisas patéticas que ficam ali se acotovelando na minha cabeça, disputando lugar pra me manter acordado à noite. Boa sorte pra você, melatonina, eu já desisti do nosso relacionamento faz tempo.
No final das contas, sei lá. Só importa o que importa, dá pra entender? Se mais alguém quiser vir junto e ver até onde isso vai, tá ótimo; se não quiser, tudo bem também, tanto faz. Se é por falta de adeus, amigão, bon voyage. Vou seguir adiante acompanhado de mim e dessas vozinhas na minha cabeça, que nunca me deixam sozinho mesmo. Com elas eu posso contar. Com elas e com essas manchinhas que ficam na frente dos olhos, que sempre fogem quando a gente tenta olhar, sabe? Ou só eu tenho isso?
Sei lá.
Tanto faz.
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Publicado por Renato Alt
Me acha lá:
Como sempre, impecável!
Parabéns, Renato.